O "círculo de amizades" dos dois pegou fogo. Carlos cobrou explicações de Mara. Ela foi muito além: "Não citei nomes, mas, se a carapuça serviu, fique à vontade." E deu a estocada maldosa: "O infeliz, em vez de ficar tentando satisfazer seu ego, deveria é aprender a satisfazer uma mulher na cama".
O "infeliz" processou Mara, alegando que sua honra foi ferida pelos comentários da ex-mulher no Facebook. O juiz Antônio Ribeiro Rocha, do 2º juízado Cívil de Vitória, aceitou a denúncia por difamação e calúnia. Condenou Mara a indenizar o ex-marido em dez salários mínimos, de acordo com a história divulgada no site jurídico www.jusbrasil.com.br e na coluna de Joaquim Ferreira dos Santos, do jornal O Globo. Mara não se calou. Incansável, no Facebook disse: "Ele (Carlos) é tão consciente de sua incapacidade que só me processou por injúria e difamação, porque calúnia ele sabe que não é."
É extremamente constrangedor para os amigos do ex-casal testemunhar tanta lavação de roupa suja. Esse tipo de episódio começa a ficar frequente nas redes sociais. Facebook, Twitter e outras redes têm benefícios imensos para a livre expressão de anônimos. Mas começam a virar confessionários. Há de tudo!
Há os depoimentos compungidos de amigos ou parentes que revelam estar falidos, sozinhos, doentes, sempre implorando por atenção. É um show de horrores! Cada mensagem contém um teor de melancolia a fim de atrair e cativar a pena e comentários de qualquer um que esteja disposto a perder seu tempo.
Há uma turma cada vez maior que publica fotos de filhos, cachorros, gatos, netos e filhos para uma legião de pessoas que nem sempre são tão próximas assim e que não estão nem aí para o que se passa na vida dessa gente. Há quem "aceite qualquer amigo" em nome de uma popularidade fictícia. Há os que correm para o Facebook no minuto seguinte de romper uma relação para alterar o "status de relacionamento" na rede - e se declarar disponível. Há os militantes, religiosos, políticos e esportivos; sempre torcendo para seu Deus, seu time, seu partido. Há como sempre, aqueles seres irritantes e invasivos sem limites, para quem você mesmo abriu as portas de sua linha do tempo, de sua página e até mesmo de sua casa.
E há os destrambelhados que perdem o pudor nas redes, fazendo das tripas coração. Isso é humano. É mais típico do humano brasileiro que do humano suceo. Duro é ser coagido a tomar uma posição nos barracos sentimentais e políticos. Quem acompanha o Facebook já percebeu broncas públicas e até amizades desfeitas, porque um se excede e ofende o amigo comum. Quantas saias justas de amigos que não compartilham a mesma ideologia. Por essas e por outras, aumenta o movimento dos que abandonam a vida virtual e se dizem aliviados.
As pessoas são cobradas intensamente por não curtirem, compartilharem ou até mesmo cutucarem (o ato mais inútil do Facebook). Como se todos tivessem a obrigação de ver tudo o que era postado, dia e noite.
Usar a rede apenas para mensagens privativas e assuntos restritos é uma heresia a essa nova realidade. É como se aplicasse um adesivo na testa: sou antissocial, arrogante e não me importo com meus amigos. Quando na maioria das vezes a realidade é o inverso.
O ator George Clooney afirmou preferir um exame de próstata em praça pública a ter um perfil no Facebook. Claro, que isso é um extremo. Mas está cada vez mais claro que toda essa vulgarização e exposição de imagem pessoal está afugentando algumas pessoas.
A falta de regras de privacidade é outro temor real. O Facebook coleta nome de usuário, senha, contatos e localização. Cada vez que você visita uma página na web com o botão "curtir", a rede social é avisada e todos ficam sabendo. Digamos, que é isso mesmo que você deseja. Que todos - até mesmo desconhecidos, conheçam os seus hábitos, sonhos, frustrações, suas conquistas, suas indignações, seus problemas, sua família,. Quanto mais gente melhor; Esse mundo foi feito para você. É preciso estar consciente das consequências, divertidas e nefastas, da festança virtual com penetras.
Esse artigo foi retirado na Revista Época nº 749/ 24 de setembro e foi adaptada para se encaixar melhor na proposta de nosso blog. O texto original é de autoria de RUTH DE AQUINO. Nessa mesma edição da revista, publicaram uma matéria intitulada: "Amigo real x Amigo Virtual: Dá para ter amigos de verdade na era do Facebook? - E essa é a questão que fica para nossa reflexão.
Quando li esse artigo da Ruth de Aquino, obviamente me lembrei de situações de minha própria vida e do meu cotidiano. Afinal, sou humano e já cometi todos esses erros citados acima e digo até mais; cometi erros ainda piores em relação a superexposição na internet. Eu cresci juntamente com esse movimento bombástico e isso ficou incorporado em mim e a falta de maturidade colaborou para que eu não entendesse a dimensão de que é todo esse universo virtual. E por isso sempre publiquei muita coisa, sempre falei demais e sempre fui muito exposto em todos os sentidos. Faz parte da vida, tudo isso é uma questão de aprendizado; justamente com as consequências... acredite, são muitas! Hoje eu tenho noção do poder da internet e do Facebook; assim como todas as outras redes sociais e até por isso que mantenho esse blog. Pelo fato de que pessoas me acompanhavam de outras épocas e o que eu postava e gostavam, deu no que deu. O VOZES DE OPINIÃO hoje existe e estou muito feliz com ele. Não faço atualizações toda semana, todo dia, toda hora... porquê também vivo uma vida real assim como todo mundo e tenho inúmeras responsabilidades. Mas sempre penso em nosso portal com muito carinho e todo o material interessante que eu acho, eu recolho para futuramente postar. Enfim, para finalizar... eu sei que a tentação é gigantesca e que dá vontade de postar tudo o que acontece, tudo o que vivemos, tudo o que queremos, o que não gostamos, e todas as nossas opiniões... mas nem sempre isso é possível sem causar atritos ou mágoas. O importante é estar ciente de toda a grandiosidade da internet e o que ela pode causar. Muito cuidado com tudo.
“Não diga nada online que você não fosse colocar em um enorme outdoor com a foto do seu rosto ilustrando.” Erin Bury
Particularmente eu sempre concordei com esse fato de que viver uma vida social envolvendo a internet fosse muito legal, desde que houvesse seus limites, e ao ler esta materia reforça ainda mais o meu conceito de que algumas coisas devem ser mantidas para si e nao para o Mundo!
ResponderExcluirOtima Materia Amor.
Tem toda razão amor. Com certeza, a internet é algo sério e deve ser levado com muito cuidado mesmo para evitar constrangimentos futuros.
ExcluirObrigado amor! <3