Pequenas atitudes, grandes atos!

Insígnia oficial do Turismo

Como a maioria deve saber eu sou estudante de turismo e trabalho já na área também, diga-se de passagem é uma área fascinante e que nos ensina muito sobre as relações interpessoais e sobre o comportamento humano. Particularmente, me sinto muito realizado por estar inserido dentro dessa infinita gama de possibilidades e experiências que o universo do turismo proporciona. Histórias não faltam no cotidiano de um turismólogo! Afinal é contato direto com diferentes personalidades e diferentes histórias de vida. A bagagem cultural é algo muito pessoal e varia grandemente de acordo com o que cada pessoa já vivenciou, já viu, já sentiu. Tudo é um grande jogo de percepção e perspectiva; 

E cada detalhe é extremamente relevante para definir o perfil do turista em si. Eu trabalho com isso! Lidando diariamente com a vida e as experiências das pessoas; atuo em Centrais de Informações Turísticas espalhadas estrategicamente pela cidade de São Paulo, coordenadas pela São Paulo Turismo (Empresa responsável pelo turismo e pelos eventos de SP).

Central de Informação Turística na Avenida Paulista 

As Centrais de Informações Turísticas; também conhecidas e chamadas por CITs possuem um quadro de funcionários e estagiários extremamente dedicados e qualificados para o atendimento e prestação de serviços para turistas, visitantes e também moradores da grande metrópole. Atualmente sou estagiário e posso dizer que a cada dia que passa agrego mais à minha essência pessoal e profissional.

Fiz essa introdução para que vocês entendessem melhor o meu cotidiano, mas não é sobre a minha vida que eu quero falar. Hoje gostaria de focar num outro tema, eis a história que vou lhes contar agora:

Hoje um jovem casal de argentinos me abordou numa das Centrais solicitando ajuda, pois eles não conseguiram retirar dinheiro dos caixas eletrônicos e por isso não tinham como adentrar pelas catracas do Metrô para chegarem até o Aeroporto Internacional de Guarulhos para retornarem até Córdoba - seu local de residência. Eles estavam meio desconcertados com a situação, é óbvio, não é confortável ficar pedindo dinheiro por aí, ainda mais num país que não é o seu de origem. Logo que eu percebi que eles não tinham condições de embarcar, ouvindo a história mesmo, meu instinto foi o de pensar em ir com eles até a catraca do metrô e passar meu próprio Bilhete Único - foi o que fiz, de fato.

Por saber como as coisas funcionam eu hesitei um pouco pensando em possíveis consequências e situações que pudessem ocorrer, temos que estar atentos em nossa vida profissional e prestar atenção nas atitudes tomadas para não causar nenhum rebuliço ou situação de desconforto. Ás vezes fazemos algo na inocência e não sabemos na realidade, aonde tal ato vai parar, mas vi que nesse caso não teria problema algum e não se tratava de nenhuma situação de risco burocrático. Desde que eu não estava os ajudando como funcionário de uma empresa, e sim como amigo e cidadão. Ali era minha identidade pessoal tomando conta.

Então fui e fiz o que devia fazer. No curto trajeto até a catraca, puxei um pequeno papo a fim de recolher mais informações sobre meus queridos turistas e eles me contaram que vieram para cá apenas a lazer mesmo, estavam de férias do trabalho e decidiram conhecer a identidade e dimensão de São Paulo, já que Córdoba é bem menor do que aqui, fato. Tiveram a chance de conhecer SP e RJ e pelo visto gostaram bastante de tudo que viram e pretendem retornar. 

Em seguida, eu apertei a mão de cada um deles e me despedi com um aceno reluzente de felicidade por ter ajudado o casal. Passei meu bilhete único e o da minha parceira de trabalho Luciana Conceição, que também não pensou duas vezes em fazer essa gentileza para os dois. Acenei novamente e retornei ao meu local de trabalho com sensação de dever cumprido. Foi algo singelo. Financeiramente só custou 3 reais (taxa atual do bilhete do metrô), mas nada disso é relevante: Nem tamanho, nem valor, nem a atitude em si. O que realmente vale é a sensação que se causa internamente em cada um.

O fato é que não se deve negar ajuda mesmo, porquê nunca se sabe o dia de amanhã e quando iremos precisar e o que pode nos acontecer. Um dia todos nós iremos necessitar do próximo, e você só será ajudado se um dia você estendeu sua mão para o universo. Tudo o que vai volta!
Acredito fielmente que tudo na vida é retornável.

Um fator importantíssimo e que eu sempre penso também é a chance de fazer a diferença e causar impacto dentro da perspectiva turística do visitante. Quem é da área de turismo tem uma visão mais aguçada para entender isso que eu estou falando; o poder de causar sensações dentro da mente e do coração do turista. Ou seja, através desse pequeno ato eu posso ter marcado uma boa lembrança na vida dele, posso ter afetado na visão geral do nosso país, em relação a nossa hospitalidade e sob nossa identidade, conhecida mundialmente por ser "calorosa, amigável e afetiva".

Sabe-se que o turismo é uma área muito frágil, muito complexa e suscetível a diversos fatores externos, tudo é capaz de influenciá-lo, torná-lo mais forte e mais representativo ou então mais fraco e menos significativo. Isso é matéria de faculdade. E é nisso que penso quando estou trabalhando. Penso em trabalhar a imagem do meu Brasil lá fora, penso na imagem que eu estou passando para os estrangeiros que nos visitam, penso no que eles acharam de nossos atrativos, de nossas belezas naturais, de nossa vivacidade estampada na pele. Dou uma importância muito grande a isso.

É tudo muito singelo, muito simples e muito pequeno. Mas eu procuro fazer a minha parte a fim de promover uma imagem positiva para o exterior; se foram 2 turistas, se foram 10 ou 50 que passaram por mim, isso não importa. O que importa é que a minha parte eu estou fazendo, juntamente com a equipe que trabalha comigo  que é maravilhosa e extremamente competente no que faz e em vários outros times de turismólogos e profissionais de turismo espalhados por todos os cantos de São Paulo, e do país no geral.

Enfim, era essa a mensagem que eu gostaria de deixar hoje. A proposta do "Pequenos atos, grandes atitudes" é sim, muito válida e caracteriza total humanização e preocupação com o próximo. Não se trata de autopropaganda ou marketing pessoal, longe disso. Trata-se de uma filosofia de vida que transforma o mundo num lugar melhor, mais saudável, mais humano e mais feliz. O exemplo que dei foi algo que ocorreu comigo e que se for parar pra ver foi um gesto simbólico mesmo, algo bem simples. Mas na vida, todo e qualquer mínimo detalhe, por mais simples que seja faz a diferença.

Ajude sempre que você sentir que deve ajudar. Faça algo por alguém, não se negue. Se você tiver como oferecer suporte e apoio, porquê não?

Não digo para que você abrace o mundo e todas suas mazelas, mas faça sua parte... sua pequena parte. Todos nós devemos nos ajudar. Cada um construindo sua pequena história, juntando tudo numa grande dimensão mundial de união, paz e amor... afinal, o mundo dá voltas! Ah, e como dá!